A fórmula da boa aliança
A avaliação do marco fiscal por parte da Câmara dará continuidade ao cenário de pleno debate

A avaliação do marco fiscal por parte da Câmara dará continuidade ao cenário de pleno debate em reaquecimento contínuo das obrigações da Casa Legislativa, como felizmente tem sido verificado nas sessões recentes. Tal confiança no desempenho dos congressistas pode advir do conhecimento do conceito no qual se baseia o trabalho de legislar, levando em conta interesses comuns, como no caso do projeto de lei complementar em tela.
Estará em pauta a fixação de regras para despesas e investimentos da União, em arcabouço capaz de substituir o atual “teto”, porque propõe complementariedade em vez de anterior noção equivocada de antagonismo.
A fórmula da boa aliança tem a seu favor a simplicidade capaz de favorecer a compreensão de resultados devido à inequívoca intencionalidade de defender o alcance social dos repasses em harmonia com a proteção do erário. Aumenta a sensação de fortalecimento dos princípios democráticos, quando se percebe o fervor, e além dele, seu efeito imediato no ânimo dos parlamentares, traduzível para “alma”, ao constituir-se no espírito de luta em prol da cidadania.
Foi inteligente o relator Cláudio Cajado, do PP baiano, ao produzir ideias capazes de dar conta da síntese do momento de efervescência, citando como “coisas reais” a realização de três CPIs e a cassação de Deltan Dallagnol. Ao pensar o atual contexto, não deixou de fora o parlamentar a influência das forças por ele qualificadas “externas”, ao concluir pelo alcance de um estágio de maturidade, atribuída pelo deputado à condução do presidente Arthur Lira.
Transportando a raiz do latim “contaminatio” para o sentido contemporâneo de “contaminação”, pode-se imprimir viés positivo ao exame de possíveis contágios entre ideologias, aparentemente contrárias, unidas pela aprovação. Tanto é verdade esta benfazeja mistura a ponto de projetar-se a vitória por ampla margem depois de o requerimento de urgência passar por 367 votos a favor e 102 contra, com o objetivo de ir a plenário nesta histórica quarta-feira, dia 24.