Conquista vai receber Bolsonaro, mas o cenário não é lá tão bom
Na agenda presidencial está a realização de uma motociata

Desde que se tornou presidente da República Jair Bolsonaro pousará pela terceira vez em Vitória da Conquista, a terceira cidade mais populosa da Bahia (atrás de Salvador e Feira de Santana), mas se nas duas primeiras vezes foi diferente, a terceira segue o rumo.
Na primeira, em julho de 2019, para a inauguração do aeroporto, o então prefeito Herzem Gusmão (MDB), um simpatizante, foi cortesia total. Na segunda, em meados do ano passado, ele apenas passou lá, com destino a Tanhaçu. Herzem já não era o prefeito, se reelegeu e morreu com a Covid, mas a prefeita Sheila Lemos (UB) o recebeu e até entregou uma lista de pedidos. Agora, Sheila diz que a agenda dele é de campanha e já avisou: não tem porque ir lá.
Paternidade —Sheila também é a coordenadora regional da campanha de ACM Neto. Na falta de Herzem, pai é o que não falta para a visita. Edilson Gusmão, irmão do prefeito que morreu, é um dos que reivindicam a paternidade. Outra é Tainá dos Fogos.
Na agenda presidencial está a realização de uma motociata e não há dúvida que apesar da falta de um líder expressivo, Bolsonaro também tem o seu fã clube.
E quem ganha lá, ele ou Lula? O município é o maior da Bahia que o PT já governou e manteve-se no poder por 24 anos. Ontem, o avião presidencial pousou na cidade para as primeiras inspeções da segurança.
Neste fim de semana, Conquista realiza o Festival de Inverno. E Bolsonaro será convidado. Será que vai?
Da tragédia de Mar Grande só restou a dor. Justiça, nenhuma
Moradores de Mar Grande, em Vera Cruz, na ilha de Itaparica, que há cinco anos enfrentaram a tragédia com a lancha Cavalo Marinho, que naufragou com 116 pessoas a bordo e matou 19, se dizem perplexos com um fato: como um caso que deu tanta repercussão até internacional é tratado com tanto descaso pela justiça?
Ismael Menezes, 37 anos, vendedor ambulante que mora em Vera Cruz e teve um amigo, Thiago Barreto, entre os mortos, diz que essa é a sensação coletiva:
— Fica aquela coisa parecendo que nada aconteceu, apesar dos 19 mortos e do trauma geral. E ainda vieram para cá oferecendo R$ 7 mil de indenização. Também parece surreal.
Do episódio, resultaram 5 ações individuais e até hoje nenhum acordo foi feito. Tudo isso, segundo Ismael, gera o transtorno do estresse pós-traumático (TEPT).
A disputa nas toalhas e copos
Luiz Tito, do site Digaí Feira, entrevistou o camelô Paulo Ferreira Lima, há anos na Rua Olímpio Vital, barraca Ladeira do Centro, vendendo toalhas com as caras de Lula e Bolsonaro estampadas na forma de desenhos estilizados.
— Para cada 10 de Lula, vendo uma de Bolsonaro.
No comércio lá tem também copos térmicos com caricaturas de Lula e Bolsonaro. Comerciantes dizem que é a ‘polarização’.
Comerciários de Feira vão bem, apesar dos pesares
O Sindicato dos Comerciários de Feira de Santana, o segundo mais forte de todo o Norte e Nordeste (só perde para Salvador), festejou os seus 51 anos colhendo triunfos, segundo o presidente Antonio Cedraz, porque presta muitos serviços à categoria, também na assistência médica.
Ele cita que o fim da obrigatoriedade do Imposto Sindical, em 2017, bateu muito pior do que a pandemia do corona.
— Nossa assistência na área médica é quase um plano de saúde, só falta internar, mas além de bons serviços, temos também um clube com 13.600 metros quadrados com quadra, campo e piscina. Mas tem muito sindicato que fechou. Só funciona para assinar papéis, a burocracia.