A Europa e o mundo precisam da Bahia
Nosso estado representa uma legítima potência agroalimentar

Escrevendo aqui da França onde estou com alunos internacionais num mestrado de agronegócio na Universidade Audencia Business School de Nantes. E no convívio com os desafios mundiais sobre a segurança alimentar volto minha atenção para nosso país e mais dedicadamente a nossa Bahia.
Nosso estado representa uma legítima potência agroalimentar, tanto pela capacidade de produção de alimentos em alta escala como todo oeste da Bahia nos mostra, quanto pelos diversos segmentos e nichos de riquezas existentes nos mais diversos “terroir“ baianos.
Temos gastronomia, temos exemplos reais de empreendedorismo e cooperativismo como nos frutos do sertão. Vamos as frutas, e seguimos pelo cacau, café, palma forrageira, lacteos, proteína animal, biogás natural e os frutos do mar e das aguas. Algodão, soja, grãos, açúcar, etanol, trigo, mandioca e a moderna indústria das árvores.
Aqui da Europa fica evidente os esforços agricolas da União Europeia, e mesmo na França onde seu ministro da agricultura acrescenta no seu título o termo: “soberania alimentar”, constatamos terras escassas, de cerca de 1.600.000 propriedades agrícolas nos anos 70, agora somando menos de 400 mil.
De um custo incremental absurdo da energia para gerar eletricidade multiplicado por 3 vezes em função da insegurança de uma guerra Ucrânia e Rússia em pleno século XXI. Ao olharmos Ásia, população gigantesca com terras ao longo de milênios já utilizadas para sua agropecuária e de uma África ainda sem possibilidades de responder a uma oferta de alimentos para sua própria população quanto mais para abastecer populações dos demais continentes.
Então voltamos os olhos para o outro lado do oceano e encontramos o estado da Bahia. Muitos dirão: “temos problemas, temos população carente, temos muitos agricultores ainda impotentes para o crescimento e obterem sua prosperidade“. Sim. Temos problemas, mas o mundo esta repleto de desafios e significamos uma realidade não otimista, e sim esperançosa, como Ariano Suassuna tão bem nos ensina ao dizer serem os otimistas tolos, porem os pessimistas chatos e que devemos olhar o mundo como realistas esperançosos.
O que precisamos é de lideranças conscientes das nossas realidades e dos ativos de conhecimento conquistados. A Europa e o mundo precisam da Bahia, além de produzir, estamos carentes de calor e amor humano.